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Primeira Igreja Batista em Nilópolis

O MELHOR DA VIAGEM É A VOLTA

Enquanto aproveitávamos o período sabático, tivemos a oportunidade de conhecer muitas cidades, muitas pessoas e visitar várias Igrejas. Pudemos ver séries na Netflix (nem sabia que havia tantas e tão boas), visitar museus, exposições, e claro, fazer o que mais gosto: ler, ler e ler.

Uma dessas leituras, foram as crônicas de um ex-morador de ruas na cidade de Lisboa. Esses textos foram publicados em um jornal semanal, depois, de tão boas, foram reunidas em um pequeno livro com aproximadamente 150 páginas. O livro foi patrocinado por uma Secretaria do Governo e tem a apresentação de Marcelo Rebelo de Souza, ex-presidente de Portugal de 2016 a 2023.

Muito bem, a primeira dessas crônicas nos fala de sua experiência no primeiro dia como morador de rua: “Eu estava com uma mochila e uma pequena mala me dirigindo de Comboio para a estação Oriente. Para trás ficavam quase 50 anos de história, a empresa que trabalhei por mais de 15 anos faliu, no início, a família e os amigos me ajudaram a pagar o aluguel, mas com o tempo eles foram se afastando e as dívidas aumentando… até que sem ter mais desculpas para dar aos credores, resolvi reunir as poucas coisas que tinha e saí sem rumo…minha maior dor foi quando caiu a noite e eu não tinha para onde voltar…”

Em nossas andanças, vi como é dura a realidade de quem não tem para onde voltar. São centenas de refugiados que chegam todos os dias das áreas deflagadas pelas guerras, pela fome, por questões políticas, ideológicas e étnicas. Paquistaneses, Afegãos, Ucranianos, Indianos, Latinos e tantos outros. Alguns foram vítimas de tráfico humano e esse é o pior flagelo, pois chegam sem documentos e sem possibilidades de trabalho.

Essa leitura não foi a melhor da viagem, claro, mas me abriu os olhos para uma realidade que eu sabia, mas estava amortecida: O sentimento de pertencimento, a posse de um lugar para chamar de seu, a certeza de um teto sobre a cabeça e uma cama quentinha para descansar o corpo. Pequenos confortos que passam desapercebidos até que nos faltem, então vemos o valor que têm.

Eu não era refugiado, meu país (ainda) não está em guerra, tenho família, lar, Igreja, amigos e vizinhos que estão sempre por perto querendo ajudar. Concluindo: O melhor da viagem é a volta, e como é bom voltar!

Pastor Levy de Abreu Vargas

Pastor Levy de Abreu Vargas

TEMPO DE VOLTAR

Há na Bíblia Sagrada um texto muito oportuno para um tempo como este que estamos vivendo. Foi escrito por Salomão: “Há tempo para todo propósito debaixo de céu, tempo de nascer, tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou…tempo de Guerra e tempo de Paz. Eclesiastes 3.1-8.

Nos últimos catorze meses a Igreja viveu o tempo de afastamento, do isolamento, do confinamento, do pavor e da tristeza em razão da pandemia e das muitas perdas que o Brasil e o mundo sofreram. Chegou a hora de “sacudir o pó”, levantar as mãos e retomar o curso das nossas vidas. Precisamos “voltar ao eixo”, lembrando de que temos uma missão a cumprir.
Nosso retorno de fato começou no primeiro domingo de maio e o ponto alto foi no terceiro domingo com a celebração da Ceia do Senhor mas ainda estamos muito tímidos, desconfiados e talvez um pouco acomodados com o estilo de vida que tivemos nos últimos meses.

Confesso que gostaria de ser surpreendido pela Igreja. Ficaria feliz de ser constrangido a criar um segundo, terceiro e quem sabe um quarto culto para atender a grande demanda de frequência. Uma coisa é estar em casa participando de forma remota, outra coisa é estar no Templo, vendo e sendo visto por pessoas, olho no olho ou, como estamos nos acostumando: “Vida na Vida”.

Isso não significa ignorar os cuidados essenciais que ainda permanecerão por algum tempo, significa que a alegria voltou a pulsar em nosso santuário, em nossos corredores, em nossas salas e em nós mesmos. Voltar com alegria para a comunhão, o louvor e a bênção do Senhor em seu Santo Templo.

Pastor Levy de Abreu Vargas