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MEU SER SOLITÁRIO

MEU SER SOLITÁRIO

Estudos revelam que quase metade da população mundial é composta de pessoas introvertidas. Elas não são tímidas nem solitárias, mas pessoas normais que gostam de passar mais tempo consigo mesmas que em companhia dos outros. São capazes de passar um final de semana inteiro ouvindo músicas, assistindo vídeos, lendo um bom livro ou até mesmo limpando a casa. Não sentem necessidade de companhia, pois essas atividades já preenchem plenamente suas necessidades relacionais.

Enquanto fazia o curso de teologia, nosso professor de prática ministerial recomendou a leitura de um livro bem sugestivo, que naquela época já era um Best Seller: Temperamentos Controlados pelo Espírito (Tim Lahaye), uma obra de fácil leitura que descrevia de forma bem humorada os quatro temperamentos básicos da natureza humana. Confesso que ele me ajudou muito especialmente nos primeiros anos de ministério.

Trinta anos depois vejo que a natureza humana não mudou muito e o livro continua vendendo aos milhares. Os quatro temperamentos (colérico, sanguíneo, fleumático e melancólico) básicos ali descritos são facilmente inidentificáveis em nossas relações, não como crítica, mas como constatação natural de algo que é comum a todos. Eu por exemplo, tenho muito mais do temperamento fleumático que do colérico e sanguíneo por conta de meu jeito de ser. Outros são quase 100% melancólicos, enquanto os líderes de torcidas organizadas são “sangue puro”, vivem da adrenalina das massas, do ambiente coletivo e se alimentam nas multidões. Quase sempre são passionais, emotivos e altruístas.

O mesmo livro revela que ninguém é 100% de um único temperamento. E mesmo os que têm temperamentos mais acentuados em uma ou outra direção podem ser ajudados a chegarem ao equilíbrio através de uma vida mais piedosa e relacional, afinal, todos sabem que os extremos são perigosos e o equilíbrio é sempre a marca da sabedoria.

Não gostar eventualmente de estar com pessoas não é um problema, o problema é quando elas só gostam de fazer isso. Nosso maior exemplo de vida é Jesus que equilibrava longas exposições coletivas com retiros temporários e pessoais para orar, refletir, meditar e se reabastecer no silêncio. Outros se abastecem no barulho, no burburinho e nas multidões. Cada um sabe o que é melhor para si, cabe aos outros respeitarem as escolhas.

Pastor Levy de Abreu Vargas