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Pastor Levy de Abreu Vargas

LIÇÕES PARA NÃO ESQUECER

Nada como uma pandemia para nos lembrar o quanto somos vulneráveis. Nada como o isolamento forçado para mostrar quanto vale a liberdade, nada como o risco de vida para revelar o quanto somos medrosos e nada como um tempo como esse para revelar o melhor e o pior de cada um.

A Covid 19 revelou todas essas coisas silenciosamente. Conhecemos os bravos soldados de uniforme branco que morreram no front dos hospitais, mas também os covardes que se omitiram, se esconderam e se furtaram às obrigações. Conhecemos gente responsável que desde o início fez o que era certo para a prevenção da vida, e os irresponsáveis que por rebeldia, ideologia, cegueira ou tolice pregavam a anarquia e a desobediência. Alguns pagaram com a vida.

De todas essas lições, a mais gritante foi a nossa fragilidade: uma dor de cabeça intensa, uma diarreia prolongada, a ausência de olfato e gustação, uma mancha discreta em uma tomografia, a falta de ar, o desconforto e o isolamento em um centro de tratamento intensivo. De repente sua casa ampla se reduz a um leito, sua conta bancária e as bandeiras dos seus cartões de crédito não importam, seus amigos não podem lhe ver e se morrer, poucos lhe assistirão. O protocolo limita em seis e no máximo dez pessoas nos funerais. Somos tão frágeis, vivemos tão pouco, tudo passa tão rápido.

Mas esse período foi muito importante para a Igreja. A Instituição sobreviveu, se adequou, se reinventou e até se multiplicou, se não em números, pelo menos em atividades. Às quartas e domingos se formavam dezenas de pequenas congregações diante da televisão, computadores ou celulares para participar dos cultos. Grupos de oração se multiplicaram. A solidariedade vive seus melhores momentos e esperamos que não acabe.

A pandemia vai passar como tudo passa, mas as lições jamais serão esquecidas.

Pastor Levy de Abreu Vargas