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Primeira Igreja Batista em Nilópolis

IGREJA BATISTA DA FÉ

Na abertura da Unidade cinco do livro “Conhecendo Deus e Fazendo Sua Vontade” (p.80), os editores fazem uma narrativa no mínimo curiosa: A Igreja Batista da Fé, em Saskatoon, Saskatchewan, Canadá, estava fechando as portas. Os membros remanescentes, cerca de dez pessoas idosas, se reuniram para decidirem a sua extinção, isso aconteceu em 1970.

Antes de efetivamente fazerem isso, resolveram orar e esperar pela resposta do Senhor, e ela veio meses depois na pessoa de um pastor de almas. O primeiro contato que ele teve não foi com a Igreja e sim com um grupo de irmãos que moravam a 140km na cidade de Prince Albert. Eles ouviram que a Igreja tinha convidado um novo pastor e foram lá convidá-lo para realizar estudos bíblicos com eles.

A Igreja Batista da Fé (por falta de fé) estava fechando as portas, e agora Deus desafiava aqueles poucos irmãos a plantarem uma nova Igreja a dezenas de quilômetros de distância. O texto nos informa que a Igreja nunca tinha sustentado uma missão e seu novo pastor também não tinha experiências em plantar Igrejas, mas unanimemente entenderam que Deus estava revelando como deviam servi-lo, e obedeceram.

O trabalho em Prince Albert cresceu e a Igreja convidou o seu próprio Pastor. Depois de sua chegada eles começaram a multiplicar-se: Organizaram novas Igrejas em Smeaton, Love, Melfort, Tisdale e Leoville. Além dessas, organizaram também uma missão entre os índios Canadenses na Cidade onde estavam, e, posteriormente três novas Igreja surgiram em reservas indígenas próximas, mas não parou aí, a Igreja começou novos ministérios em outras comunidades como Nipiwan, LaRonge, Dechambaut, Cuberland House e outras comunidades na região. Ao todo foram oito Igrejas e cinco missões.

Uma Igreja que estava fechando as portas, tornou-se uma vigorosa Missionária porque percebeu onde Deus estava agindo e uniram-se a Ele.

Esse testemunho é dado logo no início da Unidade cinco que tem como tema: DEUS FALA. Na verdade, Ele sempre fala, e fala das mais diferentes maneiras, usa os mais variados recursos e revela toda sua bondade se estivermos dispostos a ouvi-lo.

“DEUS FALA” é o tema da Unidade que estamos estudando até a próxima 4ª feira. Saber ouvi-lo e obedecê-lo é o segredo para uma vida vitoriosa.

Baseado no livro “Conhecendo Deus e fazendo sua vontade”, página 80.

Primeira Igreja Batista em Nilópolis

“UM MERGULHO NO PASSADO”

Nesse domingo, enquanto os irmãos leem esse editorial, nós estamos em São Mateus do Sul – PR, participando do 31º aniversário de organização da Igreja na mesma cidade. Chegamos oficialmente aqui no dia 26 de junho de 1993 e nos despedimos em 27 de março de 1994, exatos nove meses e um dia. Em 21 de abril de 1994 assumimos a PIB em Nilópolis onde estamos até hoje.

Ainda me lembro do velho “Passat” preto em que o irmão Roni Toti chegou à porta da nossa casa dizendo: “Pastor, esse carro é para o senhor usar. Se ele der problema me chame”, e eu chamei algumas vezes, até que não teve mais jeito. Lembro-me da diaconisa Cleci Wommer que sustentou nossos filhos com leite da fazenda da filha, e a filha nem era membro da Igreja. Lembro das conversas prolongadas na sala dos irmãos Pacheco e Rose após os cultos de 5ª feiras na Congregação da Lapa. Lembro do entusiasmo do irmão Vanderlei na frente missionaria em São João do Triunfo, dos passeios de ônibus, dos afetos e da comida gostosa da Terezinha, lembro de tudo, mais do que pode caber nesse pequeno espaço. Aqui eu completei 40 anos de vida e a irmã Neli fez um lindo bolo em minha homenagem. Eram tempos difíceis e o irmão Lauro Waculicz me emprestou dinheiro, que eu paguei quase um ano depois quando já estava em Nilópolis. Passei pouco tempo aqui, mas representou muito em nossa caminhada.

Da PIBN eu fui a tantos lugares. Preguei nos quatro continentes da terra, e onde quer que estivesse lembrava do nosso começo no campo missionário, pois foi onde tudo começou. Em mais de três décadas de trabalho batizei centenas de pessoas, celebrei dezenas de casamentos, ordenei duas dezenas de pastores, organizei Igrejas e dei minha modesta contribuição de diferentes formas onde quer que estivesse.

Então, voltar a São Mateus do Sul é como dar um “mergulho no passado”, e peço que os irmãos orem por nós e por nosso retorno já no próximo fim de semana.

Pastor Levy de Abreu Vargas

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JOSÉ SARAMAGO E A IGREJA

Pouca gente sabe, mas José de Sousa Saramago foi o escritor português mais célebre na história recente. Ele ganhou o prêmio Camões de 1995, o mais importante prêmio literário da língua portuguesa, e em 1998 foi coroado com o prêmio Nobel de Literatura. Ganhou muitos outros prêmios, mas também recebeu críticas e sofreu perseguições até mesmo da Igreja católica em pleno século XX.

Estávamos em Lisboa, o dia estava frio e ensolarado, muito próprio para caminhar, visitar monumentos históricos e conhecer um pouco do nosso passado, já que nossas raízes são portuguesas “com certeza”. Fomos então à fundação Casa dos Bicos onde uma exposição em celebração ao seu centenário de nascimento estava sendo exibida, e foi uma imersão na vida do autor de: Ensaio sobre a Cegueira, Ensaio sobre a Lucidez, Memorial do Convento, e o Evangelho segundo Jesus Cristo, entre outros títulos. Fizemos também uma parada sob o Carvalho centenário onde, a seu pedido, suas cinzas foram depositadas. Respeito à memória de um homem que contribuiu muito com sua geração.

Por mais irônico que possa parecer, Saramago era ateu, céptico, sarcástico, demolidor de mitos e irônico em suas narrativas, tanto na desmistificação da história convencional, como na censura dos desvios contemporâneos. Em uma entrevista concedida em fevereiro de 1994 ele disse o seguinte: “Se o homem não for capaz de organizar a economia mundial de forma a alimentar a humanidade, e esta vier a padecer fome, que humanidade é essa? Nós que enchemos a boca com a palavra humanidade, ainda não chegamos a isso, então não somos humanos, talvez cheguemos a sê-lo, mas falta muito. Vivemos ao lado de tudo que é negativo, como se não tivesse qualquer importância, a banalização do horror, da morte, da violência, sobretudo se isso acontece aos outros e não a nós…Enquanto a consciência das pessoas não despertar isso continuará.”

Confesso que isso me fez refletir. O que ele fala sobre a civilização, podemos aplicar ao microuniverso que é a Igreja, Nilópolis e Rio de Janeiro. Se tudo que acontece à nossa volta não nos diz respeito, o quê, de fato é importante para nós? Já pensamos nisso? O triste é que essa lição vem de um ateu, porque os crédulos não estão fazendo corretamente o dever de casa.

Pastor Levy de Abreu Vargas

Pastor Levy de Abreu Vargas

A VIDA CRISTÃ NORMAL

Ao longo da semana que passou realizamos a quinta semana de oração e nela refletimos sobre o que devo perder para ganhar uma vida melhor. Os vídeos estão no canal da Igreja (pibnilópolis), vá lá e assista, se gostar compartilhe com as pessoas que você ama e assim estará Multiplicando a palavra de Deus e turbinando o nosso canal nas redes sociais.

Escolhemos falar sobre esse tema, pois há uma enxurrada de propostas contrárias a esses princípios e muitas delas dentro da própria Igreja. Na prática o que vemos é um enorme rebanho em busca dos próprios interesses e um bando de lobos apontando atalhos que se revelam verdadeira ciladas. Os lobos estão sempre atentos àqueles que querem se dar bem, e sempre têm êxito porque a cegueira é grande.

A Igreja não deve apenas apontar o caminho do céu, mas também ensinar seus fiéis a viver melhor na terra, a relacionar-se melhor com o seu semelhante e servir à sua geração com os dons que possui. Segundo o Dalai Lama, monge budista, a melhor religião é aquela que te aproxima de Deus, do infinito, é aquela que te faz uma pessoa melhor, mais compassiva, mas sensível, mais desapegado das coisas materiais, mais amoroso, mais humilde e mais responsável. O que importa é a conduta presente, o teu semelhante, tua família, teu trabalho, tua comunidade e teu mundo. Ele em nada contradiz dos ensinos deixados por Jesus no sermão do Monte, pois esses princípios são universais e atemporais.

Durante cinco dias, à luz da carta aos Filipenses, estudamos condutas práticas para uma vida mais light, mais simples, mas focada no próximo e mais livre dos excessos que sempre nos sobrecarregam e dificultam nossa caminhada. Foi uma semana extraordinária.

A próxima semana de oração será em março de 2022. Até lá relaxe e viva com naturalidade sua vida Cristã.

Pastor Levy de Abreu Vargas

Pastor Edgar Senna Rangel

Igreja ou hospital?

Nos últimos dois anos passei o dia dos pais no hospital com meus filhos. Não sei se eles combinaram, mas foi um revezamento perfeito, primeiro o mais velho e depois o mais novo. Apesar de perceber a importância do hospital para esses tipos de emergências e muitas outras, nunca passou pela minha cabeça fazer dele a minha segunda casa, e o motivo é simples: hospital é um local de passagem e não de acolhimento. Quando você é hospitalizado você não vê a hora de receber alta, e tudo bem quanto a isso, pois esse também é o objetivo da equipe, liberá-lo para que outros ocupem aquele leito.

Na igreja é diferente! Muitos já acostumaram a dizer que “a igreja é um hospital”, porém, se ela é um hospital, perde seu aspecto familiar de lar. Não estou dizendo que a igreja de Cristo não promove cura, pelo contrário, o próprio ambiente comunitário que é o corpo de Cristo proporciona milagres, mas diferente de um hospital que o paciente deseja ir embora após ser atendido, na igreja o visitante precisa querer voltar até se sentir parte dessa família.

A título de comparação, como você se sente na PIBN? Um paciente que aparece quando surge uma emergência e necessidade, ou você se sente parte da família, e por isso percebe uma vontade real de estar conosco?

Minha oração é que o Espírito Santo te convença que este lugar não é um hospital, mas um lar, onde você sente vontade de retornar.

Pr. Edgar Senna Rangel

Primeira Igreja Batista em Nilópolis

“DESIGREJADOS”

Se você perguntar à professora Jalia o coletivo de peixes ela irá responder, sem pestanejar: “cardume!”. Isso é óbvio para qualquer pessoa que entenda o mínimo da nossa língua, o que dizer então de alguém que a domina? Pois bem, isso não parece tão evidente quando o assunto é igreja. Muitos acreditam realmente que são a igreja, porém, existe um problema nessa afirmação: igreja é coletivo!

Da mesma forma que uma abelha não é uma colmeia, um crente não é uma igreja, mas parte dela. É isso que Paulo tenta nos ensinar quando diz: “Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo.” 1 Coríntios 12:27

Juntos formamos um corpo, mas separados somos apenas membros. A grande questão é que membro separado do corpo não sobrevive, pois não pode ser oxigenado e nem nutrido pelo sangue.

Estamos vivendo um fenômeno muito grande e triste em nossos dias, denominado “Desigrejados”. Esse grupo acredita que é possível ser um cristão mesmo não frequentando ou se comprometendo com uma igreja local, todavia, não é isso que a bíblia nos ensina. Veja o que diz o escritor de Hebreus: “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.” Hebreus 10:25

Queridos, nunca foi tão necessário estarmos juntos como igreja de Cristo! O resultado do isolamento social está aí: milhares de casos de depressão, suicídios e apatia. Não fomos criados para isso, somos seres sociais e o melhor lugar para exercermos e crescermos nas nossas relações é na igreja local.

Portanto, não ceda a comodidade e praticidade que a vida moderna e a pandemia nos impôs, como encontros remotos e cultos online, pois nada substitui as interações humanas, o diálogo olho no olho e a comunhão presencial.

Parafraseando o salmista: “o bom e agradável é quando os irmãos vivem em união” e isso só é pleno de corpo e alma presente.

Pr. Edgar Senna Rangel. @pr7edgar

Pastor Levy de Abreu Vargas

SENTIR TANTA SAUDADE

O ano de 2019 se encerrou com imagens da China anunciando o surgimento de um novo vírus, construindo hospitais e decretando o fechamento total do comércio e a circulação de pessoas em uma de suas províncias (Wuhan). “Será uma vergonha para você, para sua família e para o país desobedecer às autoridades neste momento grave”. Era o Coronavírus 19 anunciando sua chegada e mostrando para quê veio.

Viajando de avião no interior das pessoas a nova doença se espalhou rapidamente por todo o mundo. Coincidindo com a chegada do inverno no Hemisfério Norte ela fez milhares de vítimas em países que antes eram referência em qualidade de vida, especialmente da população idosa como França, Inglaterra, Alemanha e Itália que viram por imagem de televisão seus mortos sendo levados em caminhões do exército para fornos crematórios, sem ao menos poderem estar presentes para uma última prece. Em 11 de março de 2020 a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou que o mundo estava sob o impacto de uma pandemia chamada SARS-COV2. Àquela altura ele já estava em 114 Nações com cerca de 4.200 mortos. Mas a tragédia estava só começando.

Nossa Igreja fechou suas portas em 15 de março de 2020. Durante o culto daquela manhã o Pastor anunciou as medidas de exceção, mas informou: “Nossos cultos vão continuar em casa pelos aplicativos da Internet” e assim foi até o primeiro domingo de setembro quando reabrimos para os cultos presenciais pela manhã e noite. Mas a Igreja não parou. Pastores, diáconos, ministros e funcionários foram ainda mais exigidos, as instalações foram adequadas, os cuidados de higiene foram rigorosos, as transmissões ganharam mais equipamentos e novas equipes de mídia foram treinadas. A pedido da Prefeitura de Nilópolis, cedemos temporariamente o ginásio de esportes para o funcionamento do Centro de Triagem do Covid e assim ajudamos milhares de pessoas a tratarem preventivamente a doença.

O ano de 2020 se encerrou com um saldo de 85 milhões de casos e quase dois milhões de mortes no mundo. No Brasil a conta já passou de 190 mil mortos, mas na Igreja, graças a Deus e as prevenções esse número ainda é bem pequeno e esperamos que não aumente. Os cuidados e o afastamento continuarão.

O ano de 2021 está começando e com ele esperamos o retorno aos cultos presenciais, às programações infantis, os ensaios corais, a turma do GIDO e os gritos nos treinos esportivos em nosso ginásio polivalente. Nunca pensei que fosse sentir tanta saudade de todas essas coisas.

Pastor Levy de Abreu Vargas

PIB Nilópolis

IGREJA SEM TEMPLO?

Esta é a nossa segunda semana sem culto no Templo e para ser sincero não sabemos quando voltaremos, pois as projeções sobre o COVID 19 não são otimistas, então vamos esperar até que a vida volte à normalidade, depois retomamos aos poucos nossas atividades.

Apesar de ser um tempo de incertezas, nossa situação é melhor que algumas gerações passadas e até em relação a algumas situações presentes. Por exemplo: No século XX o mundo foi abalado por duas grandes guerras (1914-1918 e 1939-1945). Em menos de trinta anos a mesma geração foi chamada a lutar duas vezes. Agora mesmo na Síria milhares de refugiados estão deixando suas casas e migrando em condições miseráveis apenas para manter a vida, sem mesmo saber se poderão atravessar as fronteiras. Como vemos, tanto no passado, como no presente a vida pode ser bem cruel com alguns e até muito generosa com outros.

A história conta que durante a segunda grande guerra, Winston Churchil, primeiro ministro da Inglaterra, falava ao povo Britânico que nada tinha a oferecer a eles a não ser sangue, suor e lágrimas. Um discurso duro que tentava resgatar o sentimento pátrio enquanto aviões da Luftwaffe, (Força aérea Alemã) jogava bombas sobre os telhados da cidade.

Por esse mesmo tempo (1941-1944), um Irlandês de nome C.S. Lewis, Professor visitante em Oxford fazia palestras de apologia Cristã pela BBC. Essas transcrições depois foram editadas com o nome de “CRISTIANISMO PURO E SIMPLES”. Churchil era o comandante em chefe desafiando o povo a não desanimar e não se entregar sem lutar. Lewis era o pastor, o profeta que lembrava ao povo para viver cada dia com toda intensidade possível aproveitando cada momento. Disse ele: “Quando a bomba chegar que ela nos encontre trabalhando, lendo, ensinando, ouvindo música e orando. Ela pode quebrar os nossos ossos, mas não pode dominar nossas mentes”.

Então queridos, não fiquem paralisados pelo medo, pelas notícias ou pelas estatísticas do COVID 19 no mundo. Viva naturalmente, aproveite para investir em seu relacionamento familiar e transforme sua casa em um templo de adoração a Deus, assim não teremos um, mas muitos templos espalhados por todos os lugares. A Igreja nunca ficará sem Templo.

Pastor Levy de Abreu Vargas

Boletim PIB Nilópolis

SER IGREJA

As duas últimas semanas foram marcadas por fortes emoções: Primeiro o nascimento do Davi no dia 16/10, depois, no mesmo dia, seu pai, pastor Edvaldo, sofre um forte acidente de carro que por milagre saiu apenas com algumas queimaduras de primeiro e segundo graus. Júnior ficou um dia internado em Arraias – TO enquanto sua esposa convalescia em outro hospital próximo, no Estado de Goiás.

Na sexta feira 18/10 o irmão José Carlos ligou pedindo orações, pois estava se sentindo exausto, muito cansado até para caminhar dentro de casa. No sábado fomos visitá-lo (ele agora mora em Itaguaí) e achamos estranho seus sintomas, mas, como havia sido medicado e tinha consulta já para a próxima segunda feira, voltamos para Nilópolis certos de que tudo estava sob controle. A essa altura o Pastor Junior, irmã Lilian e o pequeno Davi já estavam em casa.

No domingo fizemos uma rápida reunião com os diáconos e ficou acertado que o Pastor da Igreja e o diácono Enéas deveriam ir ao Tocantins dar apoio à família missionária, mas só conseguimos voar na madrugada de terça feira. Antes do embarque soubemos que a situação das queimaduras eram mais graves e Júnior havia sido levado de ambulância para Porto Nacional, cidade há mais de 250km de sua casa. Outro agravante, seus tios, que foram vê-los para conhecer a cidade e o novo membro da família, sofreram um acidente também de carro na manhã de segunda feira quando voltavam para o Rio de Janeiro. No mesmo domingo à noite o irmão José Carlos foi levado para o hospital da Policia Militar, seu estado era grave.

Chegamos a Conceição na tarde de terça feira, passamos a noite e pela manhã “voamos” para o hospital de Porto Nacional, o Pastor Junior tinha sido submetido a tratamento cirúrgico para remoção de tecido necrosado no braço e mão e estava sob efeito de morfina. No hospital soubemos que o Senhor providenciara dois anjos para que ele não ficasse sozinho com tanta dor: O pastor Tiago Alves da PIB da cidade e o Pastor Jonathas da TIB velaram em sua cabeceira a noite toda. Com nossa chegada eles voltaram para casa, mas continuaram dando assistência até sexta feira quando voltamos para Conceição.

Chegamos ao Rio de janeiro no sábado à noite e no domingo deixei a Igreja aos cuidados do vice-presidente e fui ao encontro do nosso ministro de Missões. Passamos parte da manhã de domingo com ele e sua esposa Ronilsa e, apesar dos esforços, a situação dele se agravou até que na terça feira foi levado para a UTI. Desde então temos reunido um grupo de aproximadamente 150 pessoas e orado todos os dias por ambas as famílias.

Mas o que é ser Igreja? Ser Igreja e isso, simplesmente isso e nada mais que isso e graças a Deus pela Igreja que somos.

Pastor Levy de Abreu Vargas

Repreensão

É MELHOR A REPREENSÃO ABERTA QUE O AMOR ENCOBERTO

Confesso que a parte que mais me agrada no Ministério Pastoral são as amenidades. São as visitas de manutenção ao rebanho, as idas para conhecer bebês que nasceram, os aniversários, casamentos e os raros passeios que fazemos em grupo. Os almoços também me agradam bastante, especialmente quando sinto cheiro de carne no ar. Aquela gordura queimando no braseiro, aqueles sorrisos gulosos na fila de espera e aquele sabor inconfundível no paladar, quase me levam ao delírio. Gosto muito, gosto mesmo, e assumo.

Mas nem só de festas, passeios e churrascos vive a Igreja. O dia-a-dia do nosso povo é duro e difícil. Para muitos ele começa às cinco da madrugada em um “Japeri lotado”. Para esses, o dia termina dez, doze horas depois e do mesmo jeito: apertado para ir e apertado para voltar. Muitos não têm casa própria, precisam de médicos, exames, remédios caros, lutam com a educação dos filhos e netos e sofrem com a violência generalizada. O fantasma do desemprego ciranda como um leão faminto rugindo e atemorizando. Sabemos de tudo e sofremos juntos.

Mas o sofrimento não termina aí. Todos os dias somos açodados por más notícias, por escândalos, abusos e excessos da polícia, dos políticos e muitas vezes do judiciário. Há um ministro na Suprema Corte que gosta de provocar a sociedade, libertar bandidos, banalizar crimes e afrontar os colegas. Gilmar Mendes é uma espécie de Robin Hood ao contrário: Ele prejudica os mais pobres para enriquecer ainda mais os ricos. Um escândalo e uma vergonha para o Judiciário Brasileiro.

Mas não pensem que a Igreja é muito melhor que eles. É duro, mas é necessário reconhecer que dentro da Igreja há líderes tão gananciosos e tão corruptos como os que estão lá fora. Homens e mulheres que estão mais interessados nos bens das ovelhas que no bem delas. Verdadeiras empresas da fé manipulando e espoliando um povo já tão sofrido. Não satisfeitos, esses apóstolos da mentira estão fidelizando seus seguidores na eleição de quem lhes convém. Aberrações políticas como Eduardo Cunha e futuramente Jair Bolsonaro foram ou serão eleitos com o voto ingênuo de pessoas como você que colocam sua confiança no homem. Mas o Profeta Jeremias alertou: “Maldito é o homem que confia no homem e faz da carne o seu braço e afasta o seu coração do Senhor”. Jeremias 17.5.

Estou deveras indignado como o rumo que as coisas tomaram, mas ainda tenho esperança. Apesar de tudo creio em Deus e continuarei servindo à Igreja, pois prefiro ser uma voz solitária lutando e denunciando os abusos que se cometem nela, que ser um pecador conformado fora dela. A Igreja é como a Arca de Noé: Se não fosse pelo medo da inundação e morte que há lá fora, seria insuportável aguentar o cheiro aqui dentro. Mas a gente aguenta.

Essa é a parte ruim do ministério. O que não gostamos de fazer. Isso não dá aplausos, não agrada e nem afaga o ego de ninguém, mas traz alívio e paz ao nosso coração. Como disse o Salomão: “É melhor ouvir a repreensão de quem ama que os elogios de quem nos odeiam”. Provérbios 17.5-6.

Pastor Levy de Abreu Vargas