Pastor Levy de Abreu Vargas

FOI MINHA CULPA – A história do bolo de fubá na PIBN

O bolo de fubá virou folclore na Igreja. Uma personalidade. Todos falam nele. Tem um evento, ele está lá. Tem uma reunião, lembram dele; tem comemoração, e ele é citado logo no início da lista do lanche. Nas semanas de oração é presença obrigatória, nas Assembleias da Igreja também, enfim, virou uma entidade, quase uma instituição dentro da nossa instituição.

Há cerca de duas semanas um membro da nossa Igreja estava hospitalizada, liguei falando do meu desejo de visitá-la, mas ela desconversou dizendo: “Pastor, não se dê ao trabalho de vir até aqui, em breve terei alta, e aí sim, quero sua visita em minha casa para tomarmos café e comermos um delicioso bolo de fubá…”

Outro dia cheguei no gabinete para o atendimento e nossa secretaria (Rosangela Ferreira) foi avisando: – Pastor, tem o presente de uma irmã para o Senhor. Quer que coloque em sua mesa? Sim, respondi com naturalidade. Era um bolo de fubá ricamente trajado em sua embalagem de gala. Dias depois encontrei a doadora, agradeci o presente e ela sorrindo confidenciou: “Me desculpa Pastor, mas quando vi aquele bolo de fubá na vitrine da padaria, não tive como não lembrar do senhor…Estava gostoso?

Bolo de fubá aqui, bolo de fubá ali, bolo de fubá em conversas nos corredores da Igreja, bolo de fubá nos diálogos familiares, bolo de fubá nas reuniões de trabalho e assim o bolo de fubá está fazendo história em nossa história. Possivelmente no futuro seja assunto de estudo em uma comissão, para descobrir quem introduziu este vilão gastronômico em nossos austeros costumes.

A bem da verdade a culpa é minha. Fui eu quem humildemente pedi às irmãs que trouxessem um tabuleiro de bolo para recepcionar a ABN que se reuniria em nosso Templo em 2020. Pedi que fosse de fubá, mas poderia ser de baunilha, chocolate, cenoura, mandioca, laranja etc. Mas, que posso fazer se levaram o pedido “ao pé da letra?” Agora está sacramentado e ele não vai sair dos nossos costumes voluntariamente.

Felizmente, o Pastor Edgar se lembra de me abençoar com um pão caseiro eventualmente. Mas também amo bolo de fubá.

Pastor Levy de Abreu Vargas